segunda-feira, 31 de outubro de 2011

No chão da sala, com Drummond


A hora do cansaço
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.

Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.

Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.


...


Mortos que andam

Meu Deus, os mortos que andam!
Que nos seguem os passos
e não falam.
Aparecem no bar, no teatro, na biblioteca.
Não nos fitam,
não nos interrogam,
não nos cobram nada.

Acompanham, fiscalizam
nosso caminho e jeito de caminhar,
nossa incômoda sensação de estar vivos
e sentir que nos seguem, nos cercam,
imprescritíveis. E não falam.
...

[...]
O amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

...

No mármore de tua bunda

No mármore de tua bunda gravei o meu epitáfio.
Agora que nos separamos, minha morte já não me pertence.
Tu a levaste contigo.



*



* "mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão... " porque hoje, 31 de outubro, é celebrado o aniversário de nascimento de Carlos Drummond de Andrade,  um mineiro de opiniões fortes e língua ferina, que escreveu intensamente sobre as coisas do amor, do sexo e da morte [escorpiano, né?].

"bellissima creatura"


a última hospedeira

peço-te que, se vieres, chegues alegre e de mansinho,
chegues talvez fora de hora, longe do combinado,
isso não me preocupa, mas chegues sorridente,
ao menos uma vez, depois de tantas vezes em que chegaste arrasadora,
de cara fechada, empurrando e ofendendo sem motivo,
chegues hoje pequenina, chegues com chapéu na mão,
faças uma reverência, senão por merecimento dispensado,
ao menos por antiguidade, por seres a minha mais antiga presença,
passes um batom intenso, não me importa, descabeles um pouco,
se for totalmente necessário, as madeixas do teu veneno único,
apenas não te esqueças de cantarolar alguma coisa em francês,
ou então qualquer música leve assobiada com ardor.

que chegues elegante ainda que jovem, minha preciosa,
petulante amiga, chegues sem rima ou qualquer enganação profana,
não precisamos de etiquetas agora, nunca mais precisaremos,
sejamos apenas um bom casal que se separou por muito tempo
e agora planeja voltar a morar junto, em quartos separados.

posso te esperar até mesmo sentado, vestindo terno,
de pernas cruzadas esperarei, com charutos para nós dois,
arrastarei, para que sentes, a cadeira do meu corpo tombado,
e tu te sentarás sem muitas palavras, mas sempre sorridente
e sutil e feroz como Anna Magnani tu embalarás meu sono,
e eu serei teu novo escudo, serei tua bellissima creatura.


Leonardo Marona


*

Día de Los Muertos


"Nossa morte é sorridente. Essa é a primeira característica que a diferencia dos outros cultos aos mortos que acompanham culturas e civilizações. Nós, mexicanos, crescemos com a palavra morte na ponta da língua e a chamamos com apelidos carinhosos: a "flaca" (magra), a "calaca" (esqueleto), a "huesuda", a "dientona" (cheia de ossos e de dentes) a "pelona" (careca)...

Nos próximos dias, os caminhos entre as casas e os cemitérios do México estarão cheios de vida para receber nossos amorosos mortos. Na noite de 31, as crianças mortas vão chegar para brincar e comer até o meio-dia do dia 1º. Depois, é a hora. Tudo é duplo: vida e morte, paixão e amor (quem falou que o amor é mais forte que a morte e a paixão mais cruel que o sepulcro?), euforia e nostalgia, nostalgia do porvir irremediável.

E nas casas, uma oferenda igual àquela que será levada ao cemitério. Celebramos, está chegando o dia dos que nos forjaram. Deles herdamos caráter, experiência, sabedoria. Nos reconhecemos em jeitos, palavras, comentários que eram próprios deles.

Fazer uma oferenda leva tempo, mas ninguém tem pressa nessa noite longa, do marulho musical da luz das velas para que o ausente não se extravie, que volte sem se perder, sem desviar seus passos; e o cheiro surdo do copal propaga-se nessas horas do amor intrépido, do amor total, daquele que não conhece cautela. A morte sabe amar de outro jeito?

Na distância, conforta saber que 80 milhões de mexicanos esperam por seus mortos. Eles estão voltando à casa desse mundo paralelo onde a morte é igualzinha à vida, só que muito mais divertida; é só olhar o rosto de nossas caveiras sorridentes e sonhadoras. E eles vêm para compartilhar mais uma vez a vida conosco, que vivemos mortos de saudade deles. (Acaso a mesa servida tem outro significado que não seja vida?)

Pai, mãe, amigos, minha casa, que é sua, está pronta. Dizem que amar é morrer um pouco, morrer e amar, horas de confidências e intimidades sem limite. Corpos e corações se abrem, a morte anda soltinha e apostamos de novo na vida feroz, na fome e na paixão."


Lourdes Hernández



*



* a mexicana Lourdez Hernández, La cocinera Atrevida, foi professora de Letras, crítica gastronômica e literária. Hoje vive no Brasil, onde entre outras coisas, realiza festivais de culinária no restaurante Obá, na cidade de São Paulo. ** texto extraído do suplemento Comida, da Folha de São Paulo de 06/10/11.*** tantas imagens fascinantes desta festa e do rico artesanato mexicano, que escolher uma só pra encabeçar o texto me pareceu injusto. Deixo aqui mais três, da casa paulistana de Lourdes e de seu marido, o artista plástico Felipe Ehrenberg, publicadas na Casa e Jardim .



A última viagem

"A morte é muito provavelmente a principal invenção da vida" (Steve Jobs). 
...


Na festa da vida, a presença indesejada.

É raro quem assuma. E sei que são raros os que quererão me ler, agora que anunciei o tema do post. A humaninade é plena de absurdos. E esta é, sem dúvida, a mais curiosa de nossas idiossincrasias - poucos são os que dão conta da morte. A morte como fato, simplesmente. A morte enquanto morte - mor-te.

E dá-lhe viver a vida disfarçando sua onipresença. Tentando flexibilizar sua imutabilidade. Uns distraídos - desavisados? A maioria aplicada na mise en scéne de realizar - esforço pra suavizar a dor (qual a lógica nisso?)

Todos impotentes. Pudera, diante da morte, quem há de?

A morte é a personagem principal na narrativa da vida. A dama misteriosa e instigante. A certeza que nos aflige de incertezas: - qual seu sentido? como se dá? há justiça no seu ceifar? o que de nós permanece?

E aqui, meu humilíssimo ponto de vista [e a razão destas "mal traçadas linhas"]: seremos refeitos por quem nos ama; reavivados no afeto.

A mágica da vida é o truque da morte - a entrega!

Não lhe parece fantástico? O nirvana de todas as religiões, o idílio de toda a moderna psicologia - o fim final ego! O que fica da gente passa a ser do outro, que se apossa da nossa história. E não importa se deixamos fios soltos, pontos sem nós. Deixamos para os que ficam os arremates por finalizar. Para aquecerem os corações e as vidas com a manta de nossa história... Quanto mais delicada e intrincada a tessitura, tanto maior o tecido, denso e tramado; mais abrangentes seremos, maior o encanto que fica. Permanecemos, mas transformando-nos na história que contam de nós. Cada conto, um ponto... 

E assim é que renascemos: na memória de quem fica, no afeto que deixamos, no amor que partilhamos.

...


"Nós vamos morrer, e isso nos torna afortunados. A maioria das pessoas nunca vai morrer, porque nunca vai nascer. As pessoas potenciais que poderiam estar no meu lugar, mas jamais verão a luz do dia, são mais numerosas que os grãos de areia da Arábia. Certamente esses fantasmas não nascidos incluem poetas maiores que Keats, cientistas maiores que Newton. Sabemos disso porque o conjunto das pessoas possíveis permitidas pelo nosso DNA excede em muito o conjunto de pessoas reais. Apesar dessas possibilidades assombrosas, somos eu e você, com toda a nossa banalidade, que aqui estamos." Dawkins, in Deus: um delírio.
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"Morrer não é acabar, é a suprema manhã"  Victor Hugo


*




* carissímos amigos e amados leitores deste blog, venho escrevendo este post como uma réplica a este outro, no qual recebi número recorde de comentários, tão amorosos e preocupados que senti-me no dever de explicar: a morte é só um pretexto. Se escrevo sobre ela, atentem é porque busco seu avesso. A VIDA é o que me interessa. Peço-lhes permissão, então, para continuar com este tema (venho colecionando imagens, textos e vídeos sobre o assunto) só até o dia 2 de novembro, posso?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Dos amores maiores que tenho nesta vida




"Conheci o mundo pelas lentes do cinema. Conheci pensadores, escritores, roteiristas, paisagens, culturas, povos, talentos enormes, atores ilusionistas, mestres da luz, lutadores por um outro cinema e por um mundo melhor. Foi toda essa tolerância e curiosidade que me levou a ser também um mensageiro com a Mostra, passando adiante o que aprendi com os mestres que me marcaram e me ensinaram a viver em paz e sem falsas ilusões."

Leon Cakoff


*




* mais um mestre que se foi. mais um que me impactou em profundidade - por sua história de vida, por sua paixão pelo cinema, por nos dar nunca menos que seu melhor. e sempre se superar. "Seja pelos filmes que trouxe, livros que lançou e filmes que distribuiu e mais recentemente começou a produzir, Leon Cakoff se tornou um personagem mais que relevante não só do cinema como da cultura. Vivencio seu desaparecimento como uma catástrofe pessoal, mas, sobretudo, para o ar que São Paulo respira." Inácio Araujo, na Folha de São Paulo, 15/10/11.

sábado, 15 de outubro de 2011

Imensium



  • em entrevista a Bill Moyers,
  • Issac Asimov fala sobre o futuro da educação,
  • o aprendizado espontâneo (não o imposto e pasteurizado, como insistem em ministrar ainda hoje),
  • a importância da descoberta da própria vocação
  • e como as novas tecnologias possibilitam uma mudança radical no fluxo do aprendizado individual e coletivo.
  • ah! quase esqueço de citar um detalhe importante: isso em 1988!
  • antes do google, antes do PC e dez anos antes da explosão da web no mundo. 

...

  • como diz um amigo querido, há os mediuns, com percepção do que está além dos olhos comuns
  • há os pequeniuns, como ele se autodenomina
  • e os imensiuns, como Asimov 



*





* trouxe este vídeo para o blog por um motivo especial: hoje homenageamos os professores no Brasil. guardo em meu coração um profundo respeito e gratidão por todos os queridos mestres que tive a graça de conhecer; sentimento que compartilho também com os professores de meus filhos. este post vai dedicado à Maria Elizabet, a sensacional Tia Bia, a quem vou sempre reconhecer pela façanha venturosa de alfabetizar meu filho mais novo, T. ** conhecia Isaac Asimov apenas como um autor de ficção científica, mas fui dar uma olhada na wikipedia (aliás, o fato de eu ter pesquisado na wikipedia me faz acreditar que Asimov previu também este meu movimento!) e achei informações tão curiosas sobre a vida dele que sugiro a todos que me lêem conhecer: impressionante! *** Bill Moyers é o mesmo jornalista que entrevistou Joseph Campbell e depois publicou tudo em o Poder do Mito - livro de que não me canso de citar aqui no blog. Aqui, aqui e aqui, um pouco mais de Campbell.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Casa


se algum dia por acaso
eu voltar a rasgar a tua latitude neste planeta
podes abocanhar-me
caçar-me com os incisivos
balançar-me na boca

não aceites as minhas habituais desculpas de nómade
nem acredites quando te disser que tudo o que tenho
cabe dentro de uma mala
começa por enconder-me os sapatos
convence-me a destruir os mapas de viagem
e a engolir âncoras pedras
uma morada com número na porta

mesmo que o meu desassossego geográfico
estremeça a perna direita
debaixo da mesa e agite o metal dos talheres
não hesites
leva-me para tua casa

prova-me que não tenho que apanhar o último comboio da noite
que incendeia a costa e que me ajuda
a fugir todas as madrugadas
recebe-me nas zonas sem roupa do teu corpo
manobra-me a língua
usa-me

e quando a tua carne já não precisar de mim
amarra-me
cuida do meu sono temporário
obriga-me a dizer-te aquilo que os meus dentes
sem coração nunca autorizaram:

esta noite durmo contigo.



Hugo Gonçalves in "Tantas mãos, a mesma Primavera"



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* nem sei precisar o que mais me espanta: que haja gente de verdade a viver nesta casa (que só poderia mesmo existir na Dinamarca, terra de contos de fadas) ou que haja tantos jovens talentos portugueses a escrever como se muita vida já tivessem vivido. haja!

Wanderlust (3)


"As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas
ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano,
o movimento circular das estrelas, e no entanto elas passam
por si mesmas sem se admirarem."


Santo Agostinho



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* ainda impressionada com o tanto de coisas fascinantes que este senhor nos legou.

Sobre o desejo, a luxúria e o pecado



"Senhor, concede-me a castidade e a continência,
mas não ainda, pois tenho medo de que
ouças minha oração antes de curar-me desta doença que
quero saciar ao invés de extinguir. "

Santo Agostinho

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Antes de se converter ao cristianismo, Aurélio Agostinho, o famoso Santo Agostinho, conheceu uma vida de excesso.

Em 370, iniciou os seus estudos de Retórica em Cartago. "Vim para Cartago, onde caí em um caldeirão fervente de amores ilícitos. Eu ainda não estava apaixonado, mas já amava o amor."

Em Cartago, viveu durante 13 anos com uma mulher e teve um filho. São também de Santo Agostinho essas maravilhosas [e incríveis, para um santo católico, diga-se] citações:
  • "A medida do amor é amar sem medida."
  • "A dor de ter perdido não supera a alegria de um dia ter possuído."
  • "Necessitamos um do outro, para sermos nós mesmos."
 

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* não sabia: Santo Agostinho é também patrono dos cervejeiros - o que não explica nada, mas significa um tanto. ** meu sábio amigo João Batista, uma vez disse, "não busco por amigos, médicos ou políticos que sejam santos, puros e intocados. prefiro os que bebem, amam demais e perdem o controle; são estes que conhecem a verdadeira natureza humana - estes podem vir a me ajudar". *** outra: a imagem que ilustra tentadoramente este post não é fotografia, mas um óleo sobre tela do italiano Luigi Benedicenti.

domingo, 9 de outubro de 2011

Amorquistão


"Casar ou não casar, esta é a questão, é assim aqui ou no Cazaquistão, que eu chamaria de Cazarquistão, ou, se você quiser, Quiserquistão, o que está fora de questão é amar-te, mesmo que fosse em Vênus ou em Marte; mas se eu pudesse escolher, acredite, escolheria o reino de Afrodite, não sei se por qualquer superstição vinda sei lá, de algum Seilaquistão, ou por amor de outras mitolorgias, dos orixás da Grécia ou da Bahia; não que lá em Marte fosse amar-te menos, mas eu preferiria amar-te em Vênus."



*



* a ilha acima existe, e bem poderia ser chamada de Amorquistão; mas seu nome é Galesnjak, ou Ilha do Amor e está localizada no Adriático, Croácia. Este é um dos poucos lugares no mundo em que essa formação em formato de coração acontece naturalmente. A ilha foi destaque no Google Earth em fevereiro de 2009. ** o texto acima foi copiado da última página da revista Lola deste mês, outubro de 2011 e é de autoria de Geraldo Carneiro.

sábado, 8 de outubro de 2011

Da fleuma argentina, do seu humor e de sua saudável autocrítica










  • estes comerciais que anunciam festivais de cinema argentinos, ouso dizer,
  • são tão bons - e até melhores que muitos - dos filmes que lá se apresentam
  • todos foram premiados
  • e o primeiro, com o tema futebol, recebeu o Leão de Ouro, em Cannes, 2010.

  • Bom fim de semana!


*



* minha cidade, olha que curioso, detém o título de maior comunidade mundial de residentes argentinos fora da Argentina. Talvez seja isto - não só o alfajor, doce de leite, parrillada, tango, Maradona, Buenos Aires, Evita, Maradona, Che, Cortázar, Borges e Lugones - mas por conhecer um bom número de hermanos valorosos, que vejo com carinho tudo que vem com selo "Made in Argentina" ** a publicidade argentina já foi tema de post aqui no blog - lembra?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Do mistério, tocamos somente a superfície...


"Como é que se escreve a felicidade? Como explicar a fruição que são as minhas pernas enrodilhadas nas tuas, os teus dedos feito agentes da CIA inflitrados nos meus cabelos, a tua língua a pintar-me a boca a traços grossos? Para quê? Partilhar que a minha pele se ri ao teu toque quente, como se estivesses sempre com febre, sol de verão na penumbra do quarto. Quem quer saber? Do meu corpo sequestrado nos teus braços e dos meus olhos, que rebolam sem saberem para que parede devo atirar e deixar explodir o gozo, que não me cabe mais cá dentro. Como é que descrevo? A impossibilidade teórica desta prática feroz de aprendizes, e as probabilidades disto tudo, que eram de um milhão para um, e que não constavam do meu mapa astral. Como é que transmito? Que me apetece recato e cama, mãos agarradas e vozes baixas, por favor me morda! Sim, como explicar? Que foste sorte, acaso, tiro às cegas, pim pam pum, a álea da vida em todo o seu esplendor, a desdenhar das incompatibilidades cósmicas, dos conselhos de dinheiro, amor e saúde aos nativos do meu signo, das minhas olheiras mastigadas, que imaginavam saber tudo da vida e do amor, mas que nunca souberam nem sequer imaginaram, nem de um, nem do outro. Como explicar? Que as coisas são simples, afinal, e que a dor não passa de um caminho de sentido obrigatório que não dá para atalhar, até um dia chegarmos a quem nos espera desde sempre?"




*
 


* mais uma contribuição luxuosa da portuguesa Sofia Vieira

Jobs


"Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama.

Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz.

Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar."


Steve Jobs
 
 
 
*
 
 
 
* o tijolo abalroou o Steve nesta quarta, 5 de outubro de 2011. viveu muito bem sua vida. deixou-nos um legado e tanto. . . que fique o exemplo. siga em paz, Mr. Jobs, enfim, desconectado.

Invejo o mar


caminho à beira mar e desejo em mim o cheiro de areia ao sol, de sal e de entranha. mistério.

caminho à beira mar e anseio por vestes de prata, ouro, esmeralda, turquesa e topázio. ônix.

caminho à beira mar e almejo o destino da onda, destemida no seu ir e vir, leve no seu fim. espuma.

caminho à beira mar guiada pelo brilho do sol na superfície líquida. nos olhos o reflexo. diamante. 

caminho e ouço a sinfonia. o concerto da origem. o som da imensidão e da eternidade. murmúrio.  

caminho à beira mar treinando a coreografia: braços feito algas. andar oceânico. paz.

quimera: sereia seria. mas caminho. à beira mar.



*


sábado, 1 de outubro de 2011

A fonte da juventude






  • dois vídeos
  • (um comercial sulafricano, um clipe musical)
  • e a receita da eterna juventude
  • que pode ser a dança
  • ou o movimento dos dois corpos que se amam
  • [mas que é certamente o amor e a felicidade que ele traz].
  • a mensagem é clara
  • stay young: go dancing!


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Enciende mi fuego



Perguntaram a Jean Cocteau: "Se sua casa estivesse pegando fogo e você só pudesse levar consigo uma única coisa, o que seria? "O fogo", respondeu ele.


"que teu corpo seja a brasa/e o meu a casa/que se consome no fogo." Alice Ruiz



"esse fogo em mim/esse incêndio no peito/essa febre no corpo/esta loucura ardente/por todos os lados/em todos os lábios." Maria Teresa Horta



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* porque acordei quente feito brasa, mora?