domingo, 24 de julho de 2011

A música te conhece


A música, de certa forma, nos diz o que fazer.
É uma forma tão mágica de expressão que a gente até fica um pouco atordoada com tanta clareza. A letra fala uma coisa, a melodia reafirma incisivamente e, em questão de minutos, caimos completamente na conversa das duas.
A música nos conhece. Ela sabe do que você precisamos e do quanto precisamos. Então fica ali, no cantinho, sussurrando as coisas que evitamos pensar, achando que faz isso pelo nosso bem. E se não damos ouvidos de primeira, ela não tem dó: vai lá e cutuca até que seja impossível ignorar o incômodo. E aí vem aquele transbordamento desnecessário de pensamentos, emoções e, sei lá, patinhos de borracha mentais que ansiamos nos livrar. A música resume tudo o que guardamos e, em vão, tentamos esconder de nós mesmos.
Durante aqueles três, quatro, dez minutos, nossas vidas ganha um prisma novo. Tornamo-nos conscientes da loucura. E é quase inevitável: entre um e outro verso, chegamos a uma decisão bombástica.
Sim, tomaremos a iniciativa. Avançaremos os gigantes centímetros que faltam. Pegaremos o primeiro trem e hasta la vista! Pra onde? Não importa. A música não consulta mapas nem tem gps acoplado. Só diz: foge, corre, agora!
E se aqueles três (quatro, dez) minutos se arrastassem pela eternidade, nós bem que iríamos... são tantos os que vão. Mas o chão está tão sólido e é tão difícil e a vida não tem essa trilha sonora tão encorajadora e se pudéssemos ao menos ter a garantia de que ela sempre vai nos acompanhar e dar essa segurança que sentimos no momento e...
Acabou. Tão bruscamente como começou. As vitórias, as revoluções, as mudanças vão ficar ao sabor da próxima canção na playlist da nossa vida. Ou do botão repeat.
Deve ser por isso que a gente dança. É um conforto não ficar parado quando tudo o que se quer é simplesmente movimento.


*



* um tributo à Amy W. ** o textito não é meu, tá, sinto muito. acho que é da Cláu. vou perguntar e depois conto...

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